19.7.07

FullMetal Alchemist

Sei que minha praia é a filosofia, também sei que a parte que trata de cultura já tem um especialista neste honorável blog, o amigo Tarcízio que preenche com suas análises eloqüentes e perpicaz sobre cultura, mas não poderia me eximir de falar sobre este anime que me comoveu de súbito (o anime é uma de minhas grandes paixões de resquícios juvenis). Não porque tem algum efeito tecnológico novo, ou coisa parecida, mas por sua fantástica história. Mostrando mais uma vez que a galera dos olhos puxados ainda fazem bons animes. Não tentarei fazer uma análise muito dos personagens, pois me faltam ainda assistir grande parte da saga dos irmão alquimistas. Por isso estou fazendo o papel de "arauto" e apresentar este anime que é muito divertido e interesssante de assistir.

O anime se chama FullMetal Alchemist (Hagane no Renkinjutsushi, tradução literal de Alquimista de Aço) nome bem sugestivo, já que se trata de magia e tecnologia. O anime é baseado no mangá que é publicado numa revista semanal da empresa Shonen Gangan com o nome de Hagaren (como é chamado no Japão), O mangá consiste, até agora, em 16 volumes e 68 capítulos, enquanto o anime consiste em 51 episódios e o filme Shambala wo Yuku Mono. Transformado em jogo de video game e serie de televisão. Ela é desenhada pelas mãos de Arakawa Hiromu (Stray Dog). O mangá foi Vencedor do prêmio do 49°(2004) Shogakukan Manga Awards, Categoria Shonen.

Mas não é somente magia que se trata deste anime, a exemplo de Devil May Cry ou o infantil Sakura Card, é um desenho que amalgama dois universos distintos, a saber, da magia alquímica e da tecnologia. A trama do anime gira em torno de dois irmãos, Edward e Alphonso Elric. Eles vivem num mundo paralelo ao nosso onde a magia e a tecnologia vivem juntas. Edward, o irmão mais velho é o mais novo mestre alquimista do seu mundo. Devido a acidente envolvendo a mãe deles, os dois irmãos tentam fazer um humano ressuscitar, isso traria sérias conseqüências, pois essa ação entra em choque com o “ princípio da troca equivalente” (Tōka Kōkan), é a versão da lei de
conservação da massa de Antoine Lavoisier (considerado o criador da Química moderna).
Apesar de ser uma lei da
alquimia, o princípio da Troca Equivalente também é adotada por alguns alquimistas, como os irmãos Elric, como uma lei da vida.

Nada pode ser obtido sem uma espécie de sacrifício. É preciso oferecer algo em troca de valor equivalente. Esse é o princípio básico da Alquimia, a Lei Da Troca Equivalente. Naquela época, nós acreditávamos que essa lei fosse absoluta.

Por causa desse acidente o irmão Alphonso Elric perde seu corpo e Edward perde uma perna e um braço, dessa forma, começa a jornada dos dois, eles partem em busca da lendária “pedra filosofal” que faria eles voltarem ao que eram antes.

O seu longa se chama Shambala Wo Yuko Mono (Fullmetal Alchemist the Movie: Conqueror of Shamballa) O filme se passa dois anos após os eventos do último episódio do seriado
Fullmetal Alchemist. Edward vive em Munique (Alemanha) no ano de 1923, onde busca uma forma de voltar ao seu mundo e reencontrar com seus entes, mas ele terá que enfrentar também os problemas de sua época no outro mundo, como por exemplo Adolf Hitler.

9.7.07

O declínio da classe média parte II


Invasoes bárbaras (Les Invasions Barbares) de 2003, continuação de Declinio do império americano( Le Déclin de L'Empire Américain) de 1986 é uma saudação a nostalgia, o grupo de Rémy (Rémy Girard) se reúnem mais uma vez, desta vez, para a despedida do amigo Rémy, que nessa continuação de declinio, esta com câncer terminal. A maior parte do filme se concentra no conflito de pai e filho, Rémy agora tem chance de fazer as pazes com seu filho Sébastien (Stéphane Rousseau) que opera numa financeira em Londres. O conflito expõe graves feridas dos dois personagens, a saber, o filho tem um ressentimento com o pai, achando que Rémy não deu atenção a família como devia em prol de suas aventuras voluptuosas! Os velhos tempos agora não tem mais significado, o capitalismo e consumismo parece tomar conta da mundo, e Rémy se ressente por isso. Os amigos ao seu lado nos últimos momentos de vida tentam reviver também seus momentos de alegrias e tristezas com Rémy. Neste filme notasse a estratégia do autor mais uma vez de retratar seu antamericanismo, porém continua seu pensamento de que pode se viver uma vida com bom gosto face a mediocridade da sociedade. Ele parece dar uma resposta ao velho dialogo que ocorre no O Declínio do Império Americano. A saber, para que caminho a civilização anda, seu apogeu cientifico-tecnologico, ou para uma decadência político-social. Podemos notar a resposta bem clara do Denys Arcand quanto a este debate, o mundo parece não melhorar apesar dos avanços tecnlogicos. A eutanásia, a globalização, a discriminação das drogas e principalmente a permanência dos valores, fome, drogas , corrupção, capitalismo, tudo tente a piorar. Para a personagem, só resta morrer com seus amigos e parentes próximos. O filme nos deixa uma grande lição, a saber, que nós devemos aproveitar o melhor possível da vida, porém, com responsabilidades, afinal, como diz o personagem “Os homens passam e as obras ficam”. Enfim, o filme é memorável, o roteiro e atuação de Rémy Girard estão espetaculares. O filme ganhou oscar de melhor filme estrangeiro e Ganhou os prêmios de Melhor Atriz (Marie-Josée Croze) e Melhor Roteiro, no Festival de Cannes.

7.7.07

O declínio da classe média parte I


O filme Declínio do Império Americano (Le Déclin de l'Empire Américain) a primeira vista parece somente falar das questões politicas do império, mas neste filme há algo mais. A saber, dos relacionamentos e o declínio das estrutura familiar da classe media canadence. A política parece disfarçar as reais intenções do diretor e roteirista Denys Arcand. Nele há algo mais profundo, que invoca reflexão a respeito dos relacionamentos afetivos humanos, a ver, os temas do homosexualismo, a amizade, as paixões, tudo que faz do homem o que ele é na verdade (sua impetuosidade, frieza, a traição, a astucia, a ganância, a mediocridade, e muita volúpia) o filme é um drama, mas, é divertido. Principalmente quando Rémy (Rémy Girard) dança com seus amigos e fala do trabalho que dá para um homem levar uma mulher para a cama. O filme ao mesmo tempo põe em xeque tudo que nós achamos que sabemos da vida, a saber, das desilusões do casamento, a monotonia de um relacionamento oficializado pela sociedade. Algumas vezes o filme parece ser uma comedia, as vezes um drama, isso pode denotar as intenções do diretor em mostrar que a vida é essa amálgama de experiências alegres e frustrantes. Relegando o homem a sempre se questionar se vale a pena viver intensamente ou não. o filme é fantástico, ideal para aqueles que acreditam ter suas concepções e valores bem fundamentados. O filme recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro e ganhou o Prêmio FIPRESCI, no Festival de Cannes.