1.7.06

Botão de Rosa











Num clima árido, infértil,
encontro um botão de rosa.
Nunca tocado ou descoberto,
sou o primeiro jardineiro.

Não quer ser colhido:
foge, se esquiva.
Mas cede ao toque:
se entrega vencido.

Sinestesia:
a forma,
o aroma,
o gosto,
a textura.

Não colho. Mudei de método.
Mas a mordida não tira sangue.
Liberta o líquido,
o sabor,
o cheiro,
a convulsão.

A rosa floresce.

3 Comments:

At 10:29 PM, Blogger Cristiano Contreiras said...

Sensações do ser extremo -peculariedades do cotidiano.

abraço

 
At 10:35 PM, Anonymous Anônimo said...

Porra, que lindo!

 
At 10:36 PM, Blogger Cadu Oliveira said...

Agora, sim: Porra, que lindo!

 

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