18.6.07

Chorando no banheiro

Duchamp. Uma bibinha frágil?
Disseram por que andei chorando no banheiro. Chorei mesmo. Mas pensei, pensei e pensei. Não entendi o motivo da crítica. Qual o problema? Chorar é coisa de fresco ou de mulherzinha? Não é porque gosto de homem que vou ofender as mulheres, né? Tá na hora de reverter, isso sim, a valoração de características “femininas” como sensibilidade, voz aguda e choro sincero como negativas. Barbie acho que não. Mas, com certeza, prefiro ser uma Susi do que o beligerante Falcon.

Talvez o problema seja o banheiro! Banheiro público não é lugar pra sexo. Claro que não. Banheiro é lugar pra mijar, cagar, lavar mão... Que deixem os saudosismos de lado! Porque que menino com menino e menina com menina só podem se divertir às escondidas? Chega disso. A atitude análoga à “queima de sutiãs” deveria ser a livre expressão da sexualidade. Deixar claro que as minorias não são minorias de fato é muito mais efetivo que a postura de querer fazer polêmica com tudo, deixando a verdade de lado. Por isso é que damos amasso na escada, na porta, no pátio mesmo. E se for algo mais intenso, vamos pra casa (talvez no chuveiro), motel etc. Qualquer lugar não fedido.

Além de tudo, a choradinha no banheiro alivia. Se cada pesssoa contrariada por algo tirasse dois minutos pra chorar no banheiro, o mundo seria um lugar melhor. E quem achar que está perdendo a fama para rapazitos imberbes recém-ingressos na pederastia, é só recorrer à choradinha. Resolve assim, não precisa ofender ninguém...