Campus Lázaro... Santo?
Há o tipo hippies pós-modernos - aqueles que celebram a cannabis e vestem roupas de grife, se dizem contra a tecnologia e seus absurdos e ao mesmo tempo usam celulares e andam de carro poluindo tudo.
Tem os últimos dos bolcheviques, que acham que podem derrotar tudo e todos apenas gritando velhas frases de protesto, são os últimos seguidores de Che Guevara, falam de China mas não falam dos baixos salários dos trabalhadores, falam da educação porém não falam que todo estudante devem trabalhar nos campos de arroz por dois anos não remunerados, estes realmente só vêm o que querem ver.
Os “tô nem aí”, estes não fazem realmente nada mais daquilo que a universidade oferece, olham sempre para o alto, nada os comove, nada os incomoda, só interessa boas médias e terminar o curso no tempo certo para arrumar algum emprego no serviço público.
Há também os “cult”. Estes são curiosos, fazem da sua própria forma de ser seu cartão de visitas, garantem sempre um lugarzinho nos cinemas onde apresentam filmes estranhos e sem sentido algum, são filmes da Coréia, filmes do Ceilão e até de lugares que não ouso mencionar seu nome de tão difícil (obsceno) é a pronúncia. Andar com eles é poder aprender todos os tipos de clichês sobre arte e cultura. Estes sempre estão falando das maravilhas dos filmes noir francês, da perspectiva politizada de Godard, do vanguardismo de Hitchcock. Estão sempre enterrados nos banquinhos de peças teatrais, com mão no queixo dando ar de intelectual, assistindo peças sem graça, e saindo como se tivessem entendido tudo do espetáculo.
São Lázaro é mesmo uma curiosa representação da multiplicidade cultural do estado. Não posso me encaixar num destes, sou péssimo aluno (médias sempre medíocres, diga se de passagem!), talvez possa me encaixar nos que tentam mas não consegue se encaixar. Enfim se querem conhecer o lugar da UFBa mais desorganizado, sujo, estranho (mas com a melhor vista!), podem ir para o campus de São Lázaro, lá tem de tudo, menos santo!